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Capítulo 3

Essas pessoas são minhas melhores amigas. Na vida passada, minha família foi arruinada pelo Carlos, que estava louco por amor. Foram elas que estenderam a mão para me ajudar. Embora não tenham conseguido derrotar o Carlos, a dificuldade revelou a verdadeira amizade delas, e seus corações sinceros permaneceram em minha memória.

Então, contei a elas sobre meu divórcio com o Carlos.

Bem, exceto a parte que eu renasci.

Depois de ouvirem minhas palavras, as três ficaram em silêncio por alguns segundos e então aplaudiram juntas:

- Ótimo! Para celebrar a Samy se libertando do amor insano, esta noite vamos nos divertir até não podermos mais!

- Um brinde! - Eu também gritei alegremente, levantando meu copo com meu braço ossudo e pálido levantados bem alto.

Parecia que eu podia ver a mim mesma e ao Carlos se divorciando e seguindo livremente para uma nova vida, deixando a tragédia da vida passada para trás.

Com um pouco de embriaguez, a coragem das quatro mulheres também aumentou rapidamente.

Larissa bateu no meu ombro e disse:

- Samy, olhe por aqui, tem algum cara bonito que chama sua atenção? Não tenha medo, se gostar, vá em frente! O Carlos vive envolvido em escândalos, não podemos perder para ele!

- Faz... Faz sentido. - Com os olhos embaçados pela bebida, eu olhei ao redor, e meu olhar parou em uma figura alta e magra. Parecia ser jovem, talvez um estudante universitário?

Se o Carlos pode encontrar uma estudante universitária, também posso encontrar um jovem universitário. Segurando meu copo, cambaleei em direção a ele e bati em seu ombro.

- E aí, ga... Gatinho, quer beber? É por mi... Minha conta. - Disse, claramente embriagada.

O jovem se virou, era bonito e tinha um ar de galã.

Primeiro, ele me olhou surpreso e depois balançou a cabeça com um pouco de desculpa, dizendo:

- Desculpe, moça, já tenho uma namorada.

- Ah, jura? Ah, desculpe, vou procurar alguém sem namorada... - Fiz uma reverência profunda para o jovem e, com meu sistema de linguagem entorpecido pelo álcool, nem eu mesma sabia o que estava dizendo. Mudei de direção e continuei procurando outras opções.

Mas antes que eu desse dois passos, acabei sendo derrubada pelo tumulto de outras pessoas e meu copo se despedaçou em mil pedaços.

Com a cabeça tonta e confusa, depois de cair no chão, tive um pensamento estranho de querer dormir ali mesmo.

- Moça, deixe eu te ajudar a se levantar! - Disse jovem universitário, estendendo a mão para me ajudar

Sentada no chão, olhei para cima, sentia meu rosto completamente vermelho.

Eu estava tendo alucinações? A face do jovem universitário se transformou na do Carlos, olhando friamente para mim.

Tentei me esforçar para me levantar, mas acabei colocando a mão em um caco de vidro, e o sangue vermelho escorreu. Fiquei paralisada por dois segundos e, em seguida, tudo ficou escuro e desmaiei.

...

- Samantha, você acha que sua família pode me impedir?

Em meu sonho, vi novamente o rosto cruel e frio de Carlos.

Eu estava sentada como uma louca na sala bagunçada, toda cheia de coisas quebradas, as minhas lágrimas escorrendo descontroladamente.

Quando ficaram sabendo que Carlos queria se divorciar de mim, meus pais e os anciãos da família Oliveira se uniram para pressionar ele.

Mas Carlos não ouviu os conselhos, insistiu em seu caminho e acabou arruinando a minha família Correia, pagando um preço alto por isso.

Os anciãos da família Oliveira começaram se opondo a ele, o repreendendo, mas depois acabaram sendo forçados a ajudá-lo. Mais tarde, ouvi dizer que eles também aceitaram Celeste.

Com o apoio insistente de Carlos, Celeste gradualmente conquistou a aprovação dos pais da família Oliveira.

O mais importante era que, naquela época, Celeste já estava grávida.

- Carlos, eu te amei por dez anos, e você não sente nada por mim? - Perguntei, cobrindo o rosto, mas as lágrimas escaparam pelos meus dedos.

- Não, Samantha, eu te dei a chance de terminarmos em bons termos, mas você não valorizou. - Respondeu Carlos friamente, e então seu celular tocou, com um toque exclusivo, e a voz doce e encantadora de Celeste soou.

“Sr. Carlos, atenda o telefone, Sr. Carlos, atenda logo!”

Ouvindo aquele toque doce, vendo Carlos sair rapidamente, senti o mundo girar e meu peito doer intensamente.

No meio da dor sufocante, acordei abruptamente.

...

Eu estava ofegante, percebendo que estava em meu próprio quarto, com o sol brilhando lá fora e o ar cheio de fragrâncias florais.

Como o jovem universitário me trouxe para casa?

Olhei para minha mão enfaixada e, em seguida, segurei minhas têmporas pulsantes de dor, querendo procurar pelo jovem universitário, mas então ouvi a voz de Carlos do lado de fora da porta.

- Se divirtam vocês, não estou interessado hoje.

Ele estava apoiado na sacada do segundo andar, segurando um cigarro entre os dedos, sua voz preguiçosa ao telefone e sua figura como um pinheiro.

Eu me apoiei na moldura da porta, e o vi desligando a ligação e se aproximando.

- Onde você escondeu ele? - Perguntei.

- Quem? - Retrucou Carlos, franzindo as sobrancelhas.

- O jovem universitário. - Respondi.

Foi uma raridade eu encontrar um homem que despertasse meu interesse, além de Carlos, e eu estava relutante em deixar ele escapar.

Afinal, daqui a um mês, Carlos ativará seu modo louco por outra mulher, então eu também podia escolher um anjinho reconfortante para minha alma mais cedo, para aliviar minha dor.

Ao ouvir minha resposta, a expressão furiosa se espalhou pelo rosto bonito de Carlos. Ele deu uma olhada na minha roupa e, em seguida, agarrou meu pulso e me arrastou para o closet do quarto.

- Porra, troque de roupa! Quem te deu permissão para usar uma roupa tão safada? - Disse Carlos, me repreendendo.

Safada?

Eu olhei para o meu decote praticamente plano, apenas levemente realçado pelo tecido.

Eu não achava que essa palavra se aplicava a mim. Além disso, por que um homem que não me amava se importaria com as minhas roupas?

- Carlos, você realmente abriu um quarto de hotel com aquela atrizinha novata esses dias? - Eu não me movi, mas perguntei calmamente.

- Não é da sua conta. - Foi a resposta dele, como sempre.

- Então, a partir de agora, as minhas coisas também não são da sua conta. Se não quer se divorciar, então cada um brinca com o seu. - Disse de forma tranquila.

Então era assim que “um ser indiferente” se sentia, bom, era realmente confortável. Eu não precisava mais ser feliz ou triste por causa de Carlos. Minha alma estava começando a se reconectar com o meu corpo.

Homens como ele eram hipócritas por natureza, eles podiam sair por aí se divertindo, mas a esposa devia estar em casa, sendo obediente e virtuosa.

Carlos era justamente assim. Ele não me amava, mas eu ainda era oficialmente sua esposa.

- Quer me chifrar? - Carlos riu friamente e, de forma muito desagradável, abriu o meu decote preto. - Você acha que algum homem vai gostar desse tipo de corpo?

Eu afastei a mão dele calmamente e arrumei minhas roupas.

- Vou comer mais, beber mais vitamina de mamão e me tornar capaz o suficiente para botar vários pares de chifres na sua cabeça.

- Você está louca, Samantha?! - Carlos finalmente não aguentou mais e olhou para mim. - Você tomou remédio errado esses dias?

A Samantha de antes era calma, elegante, obediente e atenciosa. Como ela poderia falar essas palavras sem sentido?

Se meu pai ouvisse o que eu acabei de dizer, ele poderia ter um ataque cardíaco de raiva.

Mas só ao me tornar uma louca, eu poderia escapar das mãos de Carlos, que estava prestes a enlouquecer.

Sem a presença de Celeste, ele não iria se divorciar de mim. Um casamento por interesses comerciais nunca foi um jogo de faz de conta onde tudo era possível. Ele era uma pessoa muito racional, especialista em pesar prós e contras.

E eu realmente não queria passar por outra experiência de ver ele se apaixonar por outra pessoa diante dos meus olhos.

- Então, vamos nos divorciar. - Propus mais uma vez.
Comments (1)
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Helena Carlos
Não estou entendendo nada
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