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Capítulo 2

Logo, a porta se abriu.

Lucius, com seus cabelos curtos e loiros, vestindo um roupão folgado, estava parado na porta.

Em seu rosto razoavelmente bonito, seus olhos verde-esmeralda se fixaram firmemente em Liliane, como uma cobra olhando para sua presa.

O coração de Liliane deu um salto repentino, mas, em busca dos 500 mil reais de bônus, ela forçou um sorriso e disse:

- Sr. Lucius, com licença.

Lucius deu de ombros e sorriu, se virando de lado. Com um português não muito fluente, ele disse:

- Secretária Liliane, há muito tempo espero por você.

O coração de Liliane batia descontroladamente, mas ela manteve a calma por fora.

Ela entrou na suíte e colocou o contrato previamente preparado na mesa de centro.

Enquanto isso, seu olhar periférico vasculhou todos os objetos dispostos no quarto.

Quando Lucius se sentou no sofá em frente a ela, Liliane desviou o olhar e manteve uma certa distância, se sentando também.

Em seguida, Lucius estendeu um copo de bebida para ela.

Liliane aceitou e tocou seu copo no de Lucius, dizendo:

- Agradeço a gentileza, Sr. Lucius.

Um lampejo de satisfação passou pelos olhos de Lucius.

- Secretária Liliane, você é bastante direta, sem rodeios. Eu gosto disso!

Liliane forçou um sorriso. Para garantir a assinatura do contrato, ela inclinou a cabeça para trás e bebeu o vinho tinto em seu copo.

Observando a situação, Lucius expressou um olhar de pena.

- No entanto, beber apenas isso para me fazer assinar o contrato, parece um pouco fácil demais.

Liliane já esperava que Lucius não fosse tão fácil de lidar.

Ela colocou o copo de lado e não respondeu às palavras de Lucius.

- Ouvi dizer que o Sr. Lucius expressou interesse em uma possível colaboração com a nossa empresa Novitex há algum tempo. Naturalmente, também estamos cientes do poder da Novitex em todo o continente. Em vez de te dar o trabalho de procurar o Sr. William, por que não me permitir representar o Sr. William e vir até você para assinar o contrato? Isso demonstraria nosso respeito por você, Sr. Lucius, concorda?

O sorriso no rosto de Lucius diminuiu um pouco. Ele encarava Liliane, com seu olhar cada vez mais afiado.

Embora estivesse receosa por dentro, Liliane manteve a calma por fora.

Usar William para pressioná-lo era sua única opção agora.

O clima na sala ficou um pouco pesado por um instante, mas durou apenas um momento. Lucius riu e disse:

- Secretária Liliane, gosto de suas palavras. Se a Novitex está me dando tanto prestígio, seria inaceitável da minha parte não assinar esse contrato.

Dito isso, Lucius pegou o contrato e a caneta que estavam na mesa, deu uma olhada rápida no contrato e assinou seu nome.

Liliane ficou surpresa por um momento. Ela realmente não esperava que Lucius assinasse tão prontamente.

Mas quanto mais essa situação, menos Liliane podia se permitir baixar a guarda.

Depois de assinar o contrato, Lucius o entregou para Liliane, dizendo:

- Pronto, te dei o que você queria. Agora você não deveria me fazer companhia?

A expressão de Liliane mudou ligeiramente e ela fingiu não entender:

- Sr. Lucius, acho que minha capacidade de beber não se compara à sua.

- Quem disse que quero que você me faça companhia para beber? - Lucius disse e, de repente, se inclinou na direção de Liliane, agarrando seu pulso sem hesitação. - Secretária Liliane, a Novitex só me dá 3% de lucro. Já cedi nisso, então só posso tirar um pouco de proveito em você...

A mente de Liliane ficou em branco por um instante.

O contrato... Foi alterado?!

Teria sido William quem fez isso?

Afinal, esse contrato só passou pelas mãos de Liliane e William!

Seu coração começou a congelar gradualmente, mas neste momento, uma onda de calor inexplicável percorreu seu corpo.

Os olhos de Liliane se arregalaram ao olhar para o copo de bebida na mesa de centro. Se ela não estivesse enganada, Lucius certamente colocou algo na bebida!

Ela apertou os dentes com força, usando todas as suas forças para impedir a aproximação de Lucius.

Ao ver a impaciência nos olhos verde-esmeralda de Lucius, Liliane entendeu instantaneamente que ele nem mesmo poupou a si mesmo de bebida batizada!

Sua força não era páreo para a de Lucius. Ao ver que ele estava prestes a beijá-la, Liliane abaixou a cabeça e mordeu com força as costas de sua mão.

Lucius gritou de dor.

Vendo sangue escorrendo da mão mordida por Liliane, ele imediatamente ficou irritado e deu um tapa no rosto dela.

Esse tapa, Lucius usou toda a sua força.

Ao mesmo tempo em que Liliane viu tudo escurecer diante de seus olhos, um sabor doce e metálico de sangue encheu sua boca.

- Já que você veio até aqui, por que ainda está fingindo ser inocente! - Dito isso, Lucius pegou a garrafa de vodka da mesa de centro.

Enquanto falava palavras sujas e inaudíveis, ele segurou o rosto de Liliane e despejou álcool em sua boca.

A bebida entrou em sua boca e nariz, enchendo Liliane com uma sensação intensa de sufocamento.

Ela lutou freneticamente, mas não conseguiu se libertar do corpo de Lucius que a pressionava.

Liliane estava à beira de um colapso emocional, lágrimas escorriam dos seus olhos teimosamente.

Ela deveria ter adivinhado!

O bônus de 500 mil era algo que ela nunca havia recebido durante os três anos em que trabalhou na Novitex!

Mas ela enganou a si mesma, acreditando que William nunca seria cruel a ponto de empurrá-la para os braços de um pervertido!

Ela estava errada, errada por confiar demais em William!

Ela era sua confidente, mas ele sempre a tratara como um brinquedo descartável que podia ser comprado com dinheiro!

Suas roupas foram rasgadas por Lucius. No ápice do desespero, Liliane avistou um vaso ao lado.

Ela agarrou o vaso e o bateu com toda a força na parte de trás da cabeça de Lucius.

A dor intensa fez Lucius soltar imediatamente Liliane, ele segurou a cabeça dolorida e amaldiçoou Liliane com raiva:

- Sua vadia! Como você se atreve a me atacar!

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