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Capítulo 8

Dr. Carlos desviou o olhar dele, olhou para Liliane, assentiu e saiu.

Jorge sabia que não era apropriado ficar ali e, de forma sensata, caminhou até a entrada do elevador para esperar.

O clima entre os dois ficou silencioso, deixando Liliane desconfortável por completo. Ela começou a falar:

- Sr. William...

- O que você espera conseguir com tudo isso? - William a interrompeu abruptamente em um tom frio. Ele se virou, com um claro tom de escárnio em seus olhos. - Conseguir a minha compaixão?

Liliane ficou confusa por um momento.

- Sr. William, não entendo o que você quer dizer!

William olhou para baixo para Liliane, que era quase uma cabeça mais baixa que ele, e seu rosto bonito estava cheio de frieza.

Seu olhar era como gelo fino, e sua voz era gélida:

- Você não acha infantil usar táticas de pena? Ou será que o dinheiro que você recebeu de mim não foi suficiente, e você ainda quer seduzir um médico para tratar sua mãe de graça?

As palavras de William foram como facas, perfurando com força o coração de Liliane.

A dor quase a deixou sufocada.

Ela nem mesmo sabia que estava doente, como poderia fingir?

As ações gentis dele ontem também foram falsas, não foram?

Do começo ao fim, ela era apenas uma mulher vulgar e interesseira aos olhos dele!

Liliane apertou as mãos com força, se mantendo calma.

Ela sorriu levemente e perguntou em resposta:

- Sr. William, que tipo de resposta você espera de mim?

A resposta distante e padrão de uma secretária só aumentou a raiva no peito de William.

Ele deu um passo em direção a Liliane, seus olhos afiados como uma águia vasculhando as emoções em seu rosto.

- Se você quer dinheiro, então faça o seu trabalho corretamente. Se você ousar se envolver com outros homens enquanto nosso relacionamento não terminou, é melhor considerar as consequências! – Disse ele.

Liliane quase cavou suas unhas na palma da mão, mas sua voz permaneceu calma e tranquila:

- Sr. William, está escrito claramente no contrato. Quando a sua amada voltar, o contrato termina, então eu também tenho a liberdade para encontrar outra pessoa!

Esse era o temperamento de Liliane. Ela raramente contestava William.

Mas aos olhos de William, ela era apenas uma pessoa que aceitava tudo sem questionar.

Essa era a primeira vez que Liliane o retrucava com tanta firmeza.

O corpo alto do homem se aproximou de repente, e seus dedos seguraram o queixo dela como um alicate.

- Liliane, quem te deu tanta coragem?

Os olhos de Liliane ficaram vermelhos. Ela havia sido obediente por tantos anos, e só por retrucar dessa vez, despertaria tanta raiva nele?

Um sorriso frio apareceu nos lábios de Liliane.

- Obrigada pelo elogio, Sr. William. - Ela disse.

William apertou com mais força, rugindo:

- Você quer terminar o contrato mais cedo, não é? Liliane, eu não vou conceder o seu desejo!

Depois de falar, William retirou a mão.

A raiva em seus olhos se transformou em repulsa em um piscar de olhos, e ele empurrou com força Liliane e saiu a passos largos.

Liliane, empurrada contra a parede, deslizou lentamente para baixo, as lágrimas escorrendo sem controle.

...

Depois de se acalmar, Liliane voltou para o quarto do hospital e passou mais algumas horas com sua mãe, antes de voltar para sua própria casa.

A casa dela estava em um antigo bairro. Originalmente, ela havia comprado um apartamento para sua mãe em um bairro mais moderno, mas seu pai o vendeu para pagar dívidas.

Agora, restava apenas esta casa de reassentamento velha, pequena e com menos de sessenta metros quadrados.

Liliane subiu até o segundo andar e abriu a porta. Um forte cheiro de álcool atingiu seu nariz.

Ela ficou parada na entrada, olhando para as garrafas de bebida espalhadas pelo chão, suspirando impotentemente.

Depois de arrumar tudo, Liliane se sentou em frente ao computador, mas logo recebeu uma mensagem:

"Nix, você está demorando demais desta vez. Meu chefe está ficando irritado!"

Liliane respondeu:

"Desculpe, tive alguns problemas recentemente. Por favor, me dê mais meia hora."

Depois de enviar a resposta, Liliane mergulhou no trabalho de design em suas mãos.

Além de seu cargo como secretária, Liliane ocasionalmente aceitava freelas de design de roupas para ganhar dinheiro extra.

A pessoa respondeu rapidamente:

“Nix, já que você tem tanto talento em design, se você mudar de carreira para ser uma designer, logo se tornaria uma designer renomada internacionalmente. Por que você ainda se submete a trabalhar ao lado do Sr. William?”

Liliane respondeu a mensagem com um sorriso amargo:

“Assim tenho dinheiro rápido.”

As despesas médicas de centenas de milhares de reais por mês para sua mãe, as dívidas externas de milhões de reais de seu pai... Ela não tinha outra escolha.

Depois de lidar com suas tarefas, Liliane viu que ainda era cedo e pegou sua bolsa para ir para o escritório.

Logo ao sair do elevador, ela se deparou com William e Mavis.

Mavis perguntou com uma expressão preocupada:

- Secretária Liliane, você está se sentindo melhor?

Liliane não olhou para William e respondeu a Mavis:

- Estou me sentindo melhor, obrigada pela preocupação.

Mavis sorriu docemente:

- Não precisa agradecer, afinal, se você se recuperar mais cedo, poderá ajudar o Sr. William com algumas tarefas.

Enquanto falava, Mavis afagou o cabelo para trás da orelha, revelando uma pequena pinta vermelha no lóbulo da orelha.

Ela olhou gentilmente para William e disse:

- Sr. William, que tal irmos comer juntos mais tarde e trazer algo para a secretária Liliane também?

William respondeu com indiferença:

- Não precisa! Ela tem pernas, afinal.

Depois de falar, ele segurou o pulso de Mavis e entrou no elevador.

Liliane se retirou discretamente, passando ao lado dos dois sem demonstrar emoção.

No entanto, quando entrou no escritório, um sorriso amargo apareceu em seus lábios.

Ela não deveria ter voltado.

Ao ver a interação despreocupada entre os dois, Liliane sentiu uma dor aguda em seu coração, como se fosse espetada por agulhas.

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