- Tô indo pra boca. – Allan pega sua HK21 e põe em seu ombro.
- Me acompanha hoje? – A mãe aparece na sala com os cabelos desgrenhados e uma vassoura em mãos.
- Não sei, vou pedir ao Repolho.
Joana encara o filho de modo insistente.
- Eu quero que você me acompanhe.
- Aonde? – Allan pergunta impaciente.
- Esteja aqui ás 18 horas. - Dá as costas para o filho.
O rapaz balança a cabeça e sai em direção a moto. Em questão de poucos minutos chega até a boca.
- Fala chefe. - Zelão e os demais cumprimentam o dono do morro.
Ele se limita a fazer um beleza com as mãos, e entra na sala onde Hulk e Repolho estão a sua espera.
- Hoje tem descarregamento do bagulho, fiquem atentos! - Se senta na cadeira e coloca os pés na mesa.
- Não vai com a gente? - Repolho pergunta.
- Hoje não rola. – Allan puxa um cigarro.
- Onde tu vai mãe? – Allan a ignora por completo e encara Joana de modo irritado.- Aqui. - Aponta para a igreja.- Tá de fuleragem com minha fuça? - Dispara grosso.- Olha como fala, ainda sou sua mãe. - Repreende-o.- Isso é treta tua né ? – Fuzila Bella com os olhos.- Allan Stuart, por favor!! – Pede - Vou entrando. - Se afasta demonstrando impaciência com o filho.- Só me faltava essa, nunca que vou entrar aí. - Diz com desdém.- Duvido que já tenha pisado em algum lugar melhor do que esse. – Bella dá de ombros.- Garanto que sim. - Diz por trás, perto de seu ouvido, fazendo-a se arrepiar. Allan passa a sua frente e lhe lança um sorriso debochado.Na mesma med
O despertador soa de modo estridente. Bella tem vontade de joga-lo na parede, no entanto se lembra que o objeto alarmante é seu celular. Ela se levanta, prontamente se arruma e pega a mochila. - Bom dia filha. – O pai analisa a jovem ao entrar na cozinha. - Até mais tarde. - Pega sua maleta, deposita um beijo suave na testa da filha e se retira. A caçula dos Lira encontrava-se com um mau humor, que era descontado na comida. A ansiedade a corroía, esperava terminar o ensino médio o mais rápido possível. Encarou os ponteiros do relógio; tinha apenas vinte minutos para chegar à escola. Apressada, toma o último gole do iogurte de morango, puxa a mochila e sai de casa. A rua está silenciosa, ninguém passa ali no momento...exceto o ônibus que deveria pegar. Bella coloca a mão no rosto, frustrada ao perder o transporte. Respira fundo, se vendo obrigada a ir caminhando. Tem a leve impressão de estar sendo seguida por um
Allan coloca Bella dentro de um carro preto diferente do dia anterior, e manda um comando ao Repolho. A ruivinha acaba pousando a cabeça sobre o ombro do chefe: que de modo natural afaga seus cabelos. - Tua mãe vai explanar geral. – Hulk balança a cabeça, insatisfeito com a situação. - O que tu sugere? - Allan rebate. – Ela vai ter que ficar lá até a gente melhorar o nosso plano. Bella fica quieta durante todo o trajeto; apenas ouvindo as conversa desconexa deles. Não entendia metade das gírias e expressões que usavam naquele momento. O carro para em frente a casa de Allan; eles esperam não haver ninguém por ali, para fazê-la entrar sem ser vista. - Anda Isabella! - Allan estende a mão em sua direção. Com as pernas pesadas, coloca um pé para fora... Allan impaciente com a lerdeza da patricinha: pega ela no colo, bufando e caminhando rapidamente. - Já passei um rádio pro Re
Bella havia acordado bem melhor naquela manhã; os remédios fizeram rápido efeito. A ruiva escovava os dentes quando Allan de modo grosseiro parecia espancar a porta.- Tu morreu aí dentro? – Seu tom era alto.- Já estou saindo. – Começou a enxaguar a boca.Cruzou os braços e revirou os olhos.- Está me atrasando. - Resmunga.Minutos depois, Bella abre a porta e o vê escorado na parede com o semblante emburrado. Ele entra no banheiro e sem falar nada bate a porta.- Bom dia! - Joana faz sinal para que vá até a cozinha.- Bom dia... - A voz de Bella sai arrastada.- Você toma café puro? – Joana ergue a sobrancelha.- Sim. Na verdade amo café.- Que bom.
Allan deixou que vasculhassem a comunidade para tentar encontrar Bella. Isaque pediu para conversar com o rapaz a sós. O traficante levou o senhor para a casa de Hulk.- Fala aí! – Allan cruza os braços e inclina a cabeça.Isaque se assenta. Enlaça os dedos e encara Allan com o cansaço visível pelas olheiras que estavam abaixo de seus olhos.- Eu não sou idiota a ponto de achar que minha filha está aqui. – O homem engole a seco. – Esses policias não passam de conchavos seus, não é mesmo? Caso não fossem, já estaria preso por outros crimes...- Realmente a dama não está aqui. – O dono do morro deu de ombros indiferente. – E se o senhor sabe disso, por que toda essa palhaçada?O pai de Isabella respirou fundo. Não demonstrava temor em momento algum.- Quanto voc&
Um belo dia ensolarado iniciava-se. Bella entra na cozinha; no mesmo instante Allan e Repolho, que falavam entre cochichos, se ajeitam na cadeira e trocam de assunto. - Bom dia. – A ruiva com os cabelos trançados se sentou em frente ao dono do morro. - E aí?! – Repolho ergueu uma sobrancelha como cumprimento e voltou a bebericar o café. Allan se limitou a conversar. Ficou pensativo enquanto sua prisioneira comia tudo o que via pela frente. - Vou resolver umas tretas por aí. - Repolho se levanta e faz um gesto com as mão para Allan, que balança a cabeça positivamente. Ele passa as mãos pelos cabelos loiros. Respira fundo e encara a menina a sua frente. - Está muito calor!! – Umedece os lábios. – Pega uma praia comigo? Bella mordiscou a torrada recheada com geleia de framboesa. - Parece até filme... um s
- Eu vim passar algumas tretas pro chefe. – O rapaz responde rude.Ele não escondia o quanto desgostava de Isabella.- Não poderia ligar? – Ergue a sobrancelha estranhando. Como se tivesse um pisca alerta na cabeça dizendo que algo estava errado.- Algum problema com minha presença?- Não, nenhum. – Engole a seco e caminha para a cozinha.O rapaz lhe transmitia medo.Enquanto despejava água no copo, sentiu o cheiro de Allan preencher a cozinha. As costas dela esquentaram quando ele segurou sua cintura e afundou o rosto em seu pescoço.- Tudo bem? – O hálito quente bateu contra a pele macia da ruiva, que fica arrepiada de modo instantâneo.- Tudo. – Disse bebendo água.- Sem sono?- Sim. – Respondeu virando-se pra e
" A decepção muitas vezes tira a venda dos olhos; faz com que se enxergue a vida como realmente é. "Allan faz menção de se aproximar.- Não, por favor... – Bella ergueu a mão impedindo.Sem dizer uma palavra sequer, correu sem direção.Os pés afundavam na areia na mesma medida em que o sol aquecia seu corpo. Era como se seu coração fosse partido em vários pedacinhos.Allan e Bella tinham vidas opostas; havia melhor aviso do que esse? Porém, mesmo sabendo de todos os obstáculos, sua tolice fez com que ela acreditasse nas palavras dele.Ora, por quê ao invés dos opostos se atraírem, não poderiam simplesmente se repelirem?Preferiu frisar o lado bom-moço que o bad boy aparentava ter; enganar-se avidamente por causa de um tolo coração.Toca