No instante seguinte, eu estava suspensa no ar, sendo segurada por Carlos, quase deixando o celular cair.- Eu posso andar, me solte! - Eu insistia teimosamente.Carlos parou imediatamente ao ouvir isso, me colocando de volta no chão. Eu estava completamente despreparada e não consegui ficar em pé, caindo no chão como se estivesse paralisada, uma dor aguda me fazendo ofegar. Ele fez de propósito, me machucou pela segunda vez!Mordendo os dentes, peguei meu celular e liguei para Mônica, que logo veio com Douglas.- Douglas, pegue a Samy e a leve para o hospital para tomar alguns remédios. - Mônica instruiu Douglas.- Ok! - Douglas, esse homem prestativo, não hesitou em se ajoelhar de costas para mim. - Suba!Então ele olhou para cima e, ao ser fulminado por um olhar afiado de Carlos, sua espinha imediatamente encolheu. Antes que eu pudesse subir em suas costas, ele já estava reclamando de dor na cintura:- Querida, acho que estou com lombalgia... Que dor!Mônica colocou as mãos na cint
Me lembrava do anel de diamantes que Hugo me deu, e meu humor ficou ligeiramente afetado. Não sabia quanto tempo levaria até que pudéssemos conversar como amigos novamente, até que ele deixasse essas coisas para trás. Parecia impossível.- O que foi, está com pena dele? - Carlos interrompeu abruptamente, com um tom indiferente.- Não. - Respondi calmamente, recolhendo os meus pensamentos.Carlos deu um sorriso frio e disse:- Sentir pena é sentir pena, não há como negar. Ele realmente é um bom homem, merece que você sinta pena, mas infelizmente, não é adequado para você.A pessoa menos qualificada para comentar sobre o que aconteceu entre mim e Hugo era Carlos.Eu fiquei irritada e retruquei com firmeza: - Há alguém neste mundo menos adequado para mim do que você?Carlos se virou imediatamente para me encarar, um olhar sombrio nos olhos que me deixou um pouco assustada, mas fingi não ter notado, olhando silenciosamente para a paisagem lá fora. Depois disso, Carlos não disse mais nad
- Como ele vai cuidar de você? Vai pedir para um homem te ajudar a tomar banho e se vestir? Te acompanhar ao banheiro? - Carlos perguntou, irritado, com uma voz bastante desagradável.Não era isso que eu estava pensando. Eu podia chamar a Larissa para ficar comigo por alguns dias, mas ela estava ocupada com os preparativos do casamento, estava cheia de coisas para fazer. Carlos me colocou na cama do quarto principal, disse com uma expressão séria:- Vou preparar água para o banho.- Carlos, você não precisa se incomodar, eu realmente não vou passar a noite aqui. Obrigada. - Chamei por ele, explicando repetidamente.- Depois de tomar banho e comer, te levo de volta. Carlos deixou isso claro e foi para o banheiro.Fiquei sentada na cama, atordoada. Esta era a segunda vez que volto aqui depois do divórcio, e a sensação era sempre a mesma, de melancolia. Enquanto eu estava perdida em pensamentos, Carlos voltou. Ele me olhou brevemente e foi até o closet, de onde tirou um conjunto de rou
Realmente, o dinheiro tinha poder. Os empregados recebiam generosos benefícios financeiros de Carlos, naturalmente se sentindo gratos por ele.Eu estava de olhos fechados, imersa na banheira, sem responder às palavras da empregada. Ela, inteligente, não continuou a falar. Depois do banho, com a ajuda da empregada, troquei por roupas confortáveis e folgadas. Tanto as roupas íntimas quanto as casuais eram perfeitas para o meu tamanho.- Terminou o banho? Carlos entrou empurrando a porta.- Sim, pode me levar de volta agora. - Respondi enquanto estava sentada na cama.Carlos me olhou com desagrado. - Eu disse que você deveria jantar antes de ir embora.Antes que eu pudesse continuar, ele veio até mim e me levantou nos braços. A empregada, percebendo a cena, sorriu com uma expressão confusa e constrangida antes de sair do quarto principal. Suspirei, as coisas estavam ficando cada vez mais confusas. O jantar estava pronto no restaurante no térreo, mas já era tarde e eu mal conseguia co
Carlos agiu de forma autoritária, indo direto para a cama e puxando metade do edredom. Então, ele jogou as palavras: - Eu vou dormir aqui, se você tem coragem, vá para o quarto de hóspedes!Em seguida, ele pegou um livro na cabeceira da cama e começou a ler despreocupadamente. Eu me senti constrangida e impotente, incapaz de sair da cama e ir para o quarto de hóspedes. Carlos tinha me pegado na armadilha da minha incapacidade de movimento. Resignada, eu me enrolei no edredom e fechei os olhos para dormir.- Estou me sentindo desconectado de mim mesmo. Acho que seria mais compatível se eu fosse um pouco mais maduro. - Carlos de repente começou a falar. - O que você quer dizer com desconectado?Eu estava quase adormecendo quando ouvi a pergunta de Carlos, se sentindo confusa e sem entender o que ele queria dizer. Ele mostrou o livro que estava lendo na minha frente. Eu franzi os olhos para dar uma olhada e fiquei chocada. Era o meu diário de anos atrás! Eu tinha escrito diários e c
- Está cada vez mais gostar de me ameaçar. - Disse Carlos de repente, se sentando abruptamente e se virando na minha direção, me fazendo prender a respiração. Ele me ameaçou primeiro, então só me defendi, não era minha culpa. Depois de cerca de um ou dois minutos de impasse, Carlos pegou meu celular sem cerimônia, a tela iluminou, mostrando o mesmo papel de parede que nunca mudei.Ainda era o inverno antes do divórcio, aquela noite em que ameacei Carlos para fazer bonecos de neve comigo, capturada pelas câmeras de segurança do quintal. O motivo pelo qual não tinha mudado o papel de parede não era porque não conseguia seguir em frente, mas sim porque era uma cena que eu gostava muito e representava um momento raro de intimidade com Carlos.- Há quanto tempo você não muda isso? - Perguntou Carlos.- É só um papel de parede. - Respondi tranquilamente. - Não mudei para mostrar que já superei, não preciso mais evocar memórias intencionalmente.O que eu disse fazia sentido, então Carlos f
Peguei o telefone e liguei para Montes. - Montes, venha me buscar no Jardim Plátano.- Sra. Samantha, onde você disse? - Montes parecia um pouco confuso.- No Jardim Plátano, onde eu morava antes. E traga uma cadeira de rodas. - Respondi.Montes não era muito de fofoca, simplesmente desligou o telefone para fazer o que pedi. Depois que desliguei, Carlos já havia saído do guarda-roupa, vestindo um sobretudo preto por fora, uma jaqueta de malha preta por dentro e uma camisa cinza prateada, irradiando uma elegância requintada e um charme sóbrio, o oposto de sua personalidade.- Cadê as roupas que usei ontem? - Perguntei.- Levou para lavar. De qualquer forma, você ainda quer ir ao escritório?Carlos deu uma olhada em mim enquanto amarrava a gravata.Franzi o cenho e perguntei:- E o que vou vestir para ir ao escritório?Carlos hesitou por um momento, parecia não concordar que eu fosse ao escritório, mesmo assim trouxe um conjunto de roupas, que era o estilo que eu costumava usar antes.
Depois de enviar a mensagem, um ovo cozido, branco e macio, foi colocado diante de mim, e Carlos retirou a mão. - Coma. - Disse ele.- Eu consigo descascar sozinha.Descobri que eu tinha um grande potencial para ser teimosa, não importava o que Carlos fizesse, eu sempre queria contra-atacar.Carlos levantou uma sobrancelha. - Então descasque sozinha e depois vá embora.Ele estava claramente se aproveitando da minha atual limitação de locomoção para me ameaçar o tempo todo. Eu não conseguia sair sozinha e Montes também não podia entrar para me buscar, então eu ainda dependia de Carlos.Suprimindo a crescente raiva em meu coração, peguei o ovo e o engoli em duas mordidas. No segundo seguinte, Carlos empurrou um sanduíche na minha direção, dizendo:- Coma mais.- Cof-cof...Me engasguei, incapaz de evitar tossir para tentar me sentir melhor.Sob a insistência de Carlos, comi bastante, e por fim, tomei um copo de leite quente, me sentindo um pouco cheia.A empregada, que ontem estava el